10 de julho de 2007

Desafio

Em resposta ao desafio que me foi lançado pela Mar da Lua, aqui exponho os meus cinco livros de eleição, aqueles que ficaram para a vida.
Para não quebrar a corrente aqui lanço o desafio de elegerem cinco livros especiais, aos 2 blogs seguintes:
Diário de uma Tangerina
Bandida

"A Montanha Mágica" - Thomas Mann- 1924. Um dos romances mais influentes da literatura alemã do século XX, foi importante para a conquista do Prêmio Nobel de Literatura em 1929 por Mann. É um exemplo clássico da literatura que os alemães classificam como Bildungsroman.Thomas Mann iniciou a escrita de "A montanha mágica" em 1912, o mesmo ano em que sua mulher Katharina Mann (Katia) foi internada num sanatório de Davos na Suíça, para se curar de uma tuberculose. O livro teria sido inspirado nesse episódio.
Às vezes apontado como um livro sem enredo, a obra trata da história de um jovem engenheiro naval alemão, de Hamburgo, chamado Hans Castorp. Ele visita o primo Joachim Ziemssen num sanatório destinado ao tratamento de doenças respiratórias localizado em Davos, nos Alpes suíços, pouco antes do começo da Primeira Guerra Mundial. Apesar de ser encaminhado ao sanatório apenas para uma visita e para tratar uma anemia, Hans Castorp vai aos poucos mostrando sinais de que tem tuberculose e acaba estendendo sua visita ao sanatório por meses e anos, pois sua saída é sempre adiada por causa da doença.
Nesse período, Castorp, pouco a pouco, afasta-se da vida "na planície" e conquista o que chama de
liberdade da vida normal. Desliga-se do tempo, da carreira e da família e é atraído pela doença, pela introspecção e pela morte. Ao mesmo tempo, amadurece e trava contato mais profundo com a política, a arte, a cultura, a religião, a filosofia, a fragilidade humana (incluindo a morte e o suicídio), o caráter subjetivo do tempo (um dos temas mais importantes da obra) e o amor.
O sanatório forma um microcosmo europeu. Os numerosos personagens do livro, muitos com descrições e reflexões detalhadas, são representações de tendências e pensamentos que predominavam na Europa do pré-guerra. Em particular os personagens Lodovico Settembrini (
humanista e enciclopedista) e Leo Naphta (um jesuíta totalitário) representam o contraste entre idéias liberais e conservadoras, respectivamente.
Também se destacam o
hedonista Mynheer Peeperkorn e Madame Clawdia Chauchat, por quem Castorp desenvolve interesse romântico e sutilmente sensual.
A subjetividade do tempo abordada por Mann reflete-se na estrutura do
livro. A narrativa é ordenada cronologicamente, mas acelera ao longo do romance. Desse modo, os primeiros cinco capítulos relatam apenas o primeiro dos anos de Castorp no sanatório, em grande detalhe. Os restantes seis anos, marcados pela monotonia e pela rotina, são descritos nos últimos dois capítulos. Essa assimetria corresponde à própria percepção distorcida de Castorp quanto à passagem do tempo.
No final da narrativa, inicia-se a Primeira Guerra, Castorp une-se às fileiras do
exército, e sua morte iminente no campo de batalha é sugerida. Apesar do processo de amadurecimento do personagem ao longo do livro, não está claro, no final, se ele formou uma sólida individualidade, e sua última aparição se dá como um soldado anônimo, entre milhares, em um campo de batalha qualquer da I Guerra Mundial.

"Morte em Veneza" -
Thomas Mann - publicado pela primeira vez em 1912.
Em Morte em Veneza,
Thomas Mann apresenta uma escrita complexa e profunda, onde quase cada parágrafo pode ter várias leituras. Em contraponto o enredo é praticamente inexistente: um homem de meia-idade viaja até Veneza, apaixona-se platonicamente por um jovem rapaz polaco extremamente atraente e morre sem sequer ter trocado uma palavra com ele.
De Morte em Veneza: “Ele era mais bonito do que as palavras podiam exprimir, e Aschenbach (o homem de meia-idade) sentiu dolorosamente, como tantas vezes antes, que a linguagem pode apenas louvar, mas não reproduzir, a beleza que toca os sentidos. (...) Tadzio (o rapaz polaco) sorriu; (...) E recostando-se, com os braços caídos, transbordando de emoção, tremendo repetidamente, segredou a formulação tradicional do desejo - impossível, absurda, abjecta, idiota mas sagrada, e mesmo neste caso honrada : "Amo-te!"

"Paula" - Isabel Allende - publicado em 1994, é um comovente romance sobre a filha, «uma catarse, um exercício de dor. (...) Também é um livro de memória, realista, no qual conto a verdade sobre a minha vida. Sobre a vida da Paula. Só que a minha verdade é diferente da minha mãe ou da de Ernesto, o marido de Paula. Cada um tem a sua visão e cada visão é já ficção» (DN). Recuperando a filha entre páginas o fim do livro lança-a numa longa depressão.
"O perfume" - Patrick Suskind - O livro conta a história de um homem que possui um olfato extraordinariamente apurado mas não possui cheiro próprio.
A história situa-se no
século XVIII, em Paris, depois em Auvergne, em Montpellier, em Grasse e finalmente retorna a Paris. O protagonista, Jean-Baptiste Grenouille, nasceu no meio de tripas de peixe atrás de uma banca, onde a mãe, que algumas semanas depois foi executada por infanticídios, vendia peixe. Grenouille possui duas características excepcionais:
Ele não tem cheiro nenhum, o que assusta sua ama e as crianças com quem ele vive no orfanato, mas que permite que ele passe totalmente despercebido. Durante a história, essa ausência de odor, de que ele se dá conta somente bem mais tarde, será compensada pela criação de perfumes mais ou menos atraentes, que Grenouille utiliza de acordo com as circunstâncias a fim de ser notado pelos outros.
Ele tem um olfato extremamente desenvolvido, o que lhe permite reconhecer os odores mais imperceptíveis. Conseguia cheirá–los por mais longe que estivessem e armazenava–os todos no seu nariz. Esse olfato é sua única fonte de alegria, que ele aproveita para confeccionar, sem a mínima experiência, perfumes de qualidade excepcional.
Durante a sua vida teve vários acidentes e doenças, trabalhou como aprendiz de curtidor de peles e depois como aprendiz de perfumista e, graças às suas características, enquanto foi aprendiz de perfumista aprendeu várias técnicas para a criação de um perfume.
Grenouille um dia encontra uma jovem, com um perfume totalmente diferente de todos os outros milhares de perfumes que ele guardava na memória, e acabará por matá-la, com as suas próprias mãos, de tanto desejar apoderar-se do seu odor. Mas, esta jovem é apenas uma das muitas jovens que o protagonista acaba por matar (26 no total), em busca do perfume perfeito.
No final da história, Grenouille volta a Paris e é partido aos bocados e comido por pessoas devido ao efeito do perfume que tinha posto: um final trágico para o protagonista.
A acção divide-se entre o mundo dos perfumes, traduzido pelo título "O Perfume", que servem para encobrir o mundo dos fedores, dos crimes e da hipocrisia que caracterizam a cidade de Paris no
século XVIII.
O Perfume foi considerado o livro da década de 80 na Alemanha

"História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar" - Luís
Sepúlveda.
Esta é a história de Zorbas, um gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer : não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria gaivota… Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, o grande escritor chileno oferece-nos neste seu livro uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.

1 comentário:

Bandida disse...

queridíssima amiga. a passar a correr. sem tempo. volto mais tarde. para te falar da Mafaldinha...


:)))))


beijosssssssssssssssssssssss

B.
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